terça-feira, 25 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Fina Estampa
Composição: Chabuca Granda
Una veredita alegre con luz de luna o de sol
Tendida como una cinta con sus lados de arreból
Arreból de los geranios y sonrisas con rubor
Arreból de los claveles y las mejillas en flor
Perfumada de magnolia rociada de mañanita
La veredita sonrie cuando tá piel la acaricia
Y la cuculi se enríe y la ventana se agita
Cuándo por esa vereda tu fina estampa pasea
Fina estampa caballero
Caballero de fina estampa
Un lucero que sonriera bajo um sombrero
No sonriera más hermoso
Ni más luciera caballero
En tu andar andar reluce la acera al andar andar
Te lleva hacia los zaguanes y a los pátios encantados
Te lleva hacia las plazuelas y a los amores soñados
Veredita que se arrulla con tafetanes bordados
Tacón de chapín de seda y justes almidonados
Es un caminito alegre con luz de luna o de sol
Que he de recorrer cantando por si te puede alcanzar
Fina estampa caballero quien te pudiera guardar
Fina estampa caballero
Caballero de fina estampa
Un lucero que sonriera bajo um sombrero
No sonriera más hermoso
Ni más luciera caballero
En tú andar andar reluce la acera al andar andar
Composição: Chabuca Granda
Una veredita alegre con luz de luna o de sol
Tendida como una cinta con sus lados de arreból
Arreból de los geranios y sonrisas con rubor
Arreból de los claveles y las mejillas en flor
Perfumada de magnolia rociada de mañanita
La veredita sonrie cuando tá piel la acaricia
Y la cuculi se enríe y la ventana se agita
Cuándo por esa vereda tu fina estampa pasea
Fina estampa caballero
Caballero de fina estampa
Un lucero que sonriera bajo um sombrero
No sonriera más hermoso
Ni más luciera caballero
En tu andar andar reluce la acera al andar andar
Te lleva hacia los zaguanes y a los pátios encantados
Te lleva hacia las plazuelas y a los amores soñados
Veredita que se arrulla con tafetanes bordados
Tacón de chapín de seda y justes almidonados
Es un caminito alegre con luz de luna o de sol
Que he de recorrer cantando por si te puede alcanzar
Fina estampa caballero quien te pudiera guardar
Fina estampa caballero
Caballero de fina estampa
Un lucero que sonriera bajo um sombrero
No sonriera más hermoso
Ni más luciera caballero
En tú andar andar reluce la acera al andar andar
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Ouriço - Alberto Martins
o extremo-espinho
a armadura de silêncio
na rocha mais severa
cava
o movimento do mar
por fora, por dentro
a armadura de silêncio
na rocha mais severa
cava
o movimento do mar
por fora, por dentro
sábado, 17 de novembro de 2007
domingo, 11 de novembro de 2007
Sal - Vivien Kogut
No calor eu mordo conchas
tão finas, tão importadas
assim percorro cada coisa tua
corro gemendo nessa curva brava.
Faz calor:
a flor úmida arreganha
e assanha a perna clara.
Eu suplico, te abraço em água rara
mordiscando a concha que a boca apanha
e arrepiada
no calor estala.
tão finas, tão importadas
assim percorro cada coisa tua
corro gemendo nessa curva brava.
Faz calor:
a flor úmida arreganha
e assanha a perna clara.
Eu suplico, te abraço em água rara
mordiscando a concha que a boca apanha
e arrepiada
no calor estala.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
"Velhos surfistas querendo voar"
Marcos Valle - Paulo S. Valle - Leon Ware
Acho que é amor
Ou vontade de rever você
Eu não sei por que
Eu não vivo longe de você
Vc bem sabe
Instalou-se o viver
O tempo passa e nada a fazer
Nada
E a gente continua no Deus dará
Esperando cada coisa voltar
O sorriso no rosto
Esconde o desgosto
E o medo de Ipanema acabar
Tem novidade no mar e no ar
Velhos surfistas querendo voar
Eu agora vou curtir uma praia, amor
Estou a fim é de pegar uma cor
Tristeza não presta
O Rio é uma festa
E eu não estou a fim de dançar
É amor ou vontade de rever você
Eu não sei por que
Eu não vivo longe de você
Cidade Maravilhosa...
Marcos Valle - Paulo S. Valle - Leon Ware
Acho que é amor
Ou vontade de rever você
Eu não sei por que
Eu não vivo longe de você
Vc bem sabe
Instalou-se o viver
O tempo passa e nada a fazer
Nada
E a gente continua no Deus dará
Esperando cada coisa voltar
O sorriso no rosto
Esconde o desgosto
E o medo de Ipanema acabar
Tem novidade no mar e no ar
Velhos surfistas querendo voar
Eu agora vou curtir uma praia, amor
Estou a fim é de pegar uma cor
Tristeza não presta
O Rio é uma festa
E eu não estou a fim de dançar
É amor ou vontade de rever você
Eu não sei por que
Eu não vivo longe de você
Cidade Maravilhosa...
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Onde Todos Estão
Composição: Cazuza / Mú
A vida não é feia
É breve e maneira
Pra gente se perder
Curar e procurar
Ir, voltar de novo
Like a Rolling Stones
Pro povo, like a Beatle song
De novo onde todos estão
Então me dê um alô
Planos de vida ou canos
A gente se engana
Já fazem tantos anos
Anjos e demônios
Não vão adivinhar
O valor dos homens
Humor do mar
Melhor furar a onda
E não parar de contar
A vida é tão bonita
É a minha favorita
É bossa, é nova, é nossa
Não pára de chegar
Rolando de novo
Like a Rolling Stone
Pro povo, like a Beatle song
De novo onde todos estão
Composição: Cazuza / Mú
A vida não é feia
É breve e maneira
Pra gente se perder
Curar e procurar
Ir, voltar de novo
Like a Rolling Stones
Pro povo, like a Beatle song
De novo onde todos estão
Então me dê um alô
Planos de vida ou canos
A gente se engana
Já fazem tantos anos
Anjos e demônios
Não vão adivinhar
O valor dos homens
Humor do mar
Melhor furar a onda
E não parar de contar
A vida é tão bonita
É a minha favorita
É bossa, é nova, é nossa
Não pára de chegar
Rolando de novo
Like a Rolling Stone
Pro povo, like a Beatle song
De novo onde todos estão
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Mário Bortolotto
E ACABOU O CARNAVAL (?)
ou ALGUMA REFLEXÃO SOBRE A PRAÇA, AS SATYRIANAS, ETC, ETC
E acabou as Satyrianas. É um evento bacana pra caralho. Mas nesse último ano senti um pouco de desconforto e eu notei que o anjo do "Preacher" (ou era o demôniozinho do Tom & Jerry, sei lá) tava me dando uns tapões na orelha. A praça tava lotada demais. Era uma espécie de carnaval teatral. Parecia que eu tava na Bahia, em alguma espécie de micareta. Não tenho nada contra a Bahia, evidentemente, mas tenho tudo contra o carnaval, e o baiano me parece ser dos mais chatos com aquela porrada de trios elétricos e um exército de ivetes sangalos incitando a multidão a "sair do chão" e a ficar "na palminha da mão", sem contar a ameaça constante de trombar com o Carlinhos Brown saindo e entrando em beco. Tô começando a acreditar que no próximo ano a rapaziada vai estar vendendo abadá das Satyrianas. O comércio é que sempre se dá bem. Os bares devem ter vendido pra caralho. Até o Galícia ficou aberto de madruga. O Didio e o Ralph investiram na livre iniciativa de vender cerveja no porta-malas do carro do Ralph e se deram muito bem. Tudo certo, é claro. Quero mais é que todo mundo se dê bem. Do engraxate, passando pelo carinha que vende milho até a Marcinha que é a gerente do Bar dos Parlapatões. E os teatros tavam lotados. Todo mundo assistindo as peças, mas financeiramente os Grupos não lucraram nada (na boa, todo mundo sabia que ia ser assim, ninguém foi enganado), pois com esse lance do "pague quanto puder", a rapaziada aproveitava pra assistir as peças pagando de 10 centavos a 1 real e tudo certo. A festa é dos artistas, mas eles não ganham, o que eu acho bastante injusto. Quer dizer então que eu sou contra as "Satyrianas"? De jeito nenhum. Acho um evento corajoso pra caralho. Acho que o Ivan, o Rodolfo e o pessoal dos "Satyros" se esmeram pra fazer algo bacana e conseguem, mas ainda assim, não podemos nos furtar a reavaliar alguns pontos. As Satyrianas me fazem lembrar o Festival de Teatro de Londrina nos anos 80. Lembro que em certa época me recusei a participar do Festival com o meu Grupo e fui pra televisão falar sobre isso e escrevi artigos em jornal, etc. A parada era a seguinte: O Festival era gratuito. Enfim, lotava, sabe como é. Lembro de apresentações nossas com o Cine Teatro Ouro Verde (o maior da cidade) totalmente lotado com gente nos corredores e mais uma multidão lá fora. Aí a gente fazia uma temporada fora do festival cobrando um ingresso pra lá de simbólico e tinha meia dúzia na platéia. Quer dizer, a rapaziada ficava esperando pra ver a peça no Festival. Era meio "canto da sereia", tá ligado? A gente era um bando de moleques, via a platéia lotada e achava aquilo o máximo. Mas e daí? Aí quando caiu a ficha, entrei em guerra com a bagaça. Não deu outra. No ano seguinte, as regras mudaram. O festival passou a cobrar ingresso. Um ingresso bem barato (que era como eu achava que devia ser), mas ainda assim era um ingresso que seria revertido para os Grupos. O que aconteceu é que o festival continuou lotado, mas sem aquela loucura toda. Só ia lá assistir quem realmente tava a fim. Antes qualquer sujeito que não tinha nada pra fazer ia lá e acabava tumultuando os espetáculos. E além de tudo o Festival abriu um edital convocando os grupos que quisessem estrear os espetáculos no Festival. Era só se inscrever (passar por uma avaliação) e então os Grupos teriam uma ajuda de produção para montar os seus espetáculos. Foi a primeira vez na vida que tive algum dinheiro para produzir algo. Foi quando a gente montou "À Queima-Roupa". Foi quando comecei a me sentir profissional. Tô contando tudo isso e querendo dizer que as "Satyrianas" também devem mudar assim? Não sei. Apenas acho que algo devia ser feito. Que pontos precisam ser revistos. Hoje li um texto do jornalista Jotabê Medeiros onde ele fala da Praça Roosevelt. Olha só o que ele diz:
estive na praça rusvel outro dia para ver os amigos.
não sou um frequentador da praça rusvel, mas me lembro perfeitamente de quando o bortolotto e os amigos começaram a civilizar aquilo.
fizeram aquilo acontecer contra todos os prognósticos, todas as forças do atraso, todo o preconceito.
bom, naquele dia nós fomos meio maltratados pelo garçom, ficamos chateados, e o pinduca disse algo assim (não me lembro da frase precisa): “se fosse um global daqueles que agora andam por aqui, esse imbecil ficava de quatro para ele sentar em cima”, ironizou o poeta.
notei que havia mesmo um climão: os velhos confrades, os pioneiros, perdem espaço para os emergentes, os deslumbrados.
domingo, na coluna social, vi uma foto da adriane galisteu com o namorado no boteco, e mais meia dúzia de estrelas das revistas de fofocas, espalhados pela praça rusvel (copio descaradamente essa grafia do blog da clarah).
senti um calafrio: sinto que estavam ali apenas para ganhar um carimbo de “descolados”. não tinham nada a ver com o lugar.
mas é um mundo grande, e democrático.
só não gosto quando o garçom me diz que eu tô atrapalhando, esperando herdar minha cadeira para algum galã de novela. vá se foder.
(continua...)
ou ALGUMA REFLEXÃO SOBRE A PRAÇA, AS SATYRIANAS, ETC, ETC
E acabou as Satyrianas. É um evento bacana pra caralho. Mas nesse último ano senti um pouco de desconforto e eu notei que o anjo do "Preacher" (ou era o demôniozinho do Tom & Jerry, sei lá) tava me dando uns tapões na orelha. A praça tava lotada demais. Era uma espécie de carnaval teatral. Parecia que eu tava na Bahia, em alguma espécie de micareta. Não tenho nada contra a Bahia, evidentemente, mas tenho tudo contra o carnaval, e o baiano me parece ser dos mais chatos com aquela porrada de trios elétricos e um exército de ivetes sangalos incitando a multidão a "sair do chão" e a ficar "na palminha da mão", sem contar a ameaça constante de trombar com o Carlinhos Brown saindo e entrando em beco. Tô começando a acreditar que no próximo ano a rapaziada vai estar vendendo abadá das Satyrianas. O comércio é que sempre se dá bem. Os bares devem ter vendido pra caralho. Até o Galícia ficou aberto de madruga. O Didio e o Ralph investiram na livre iniciativa de vender cerveja no porta-malas do carro do Ralph e se deram muito bem. Tudo certo, é claro. Quero mais é que todo mundo se dê bem. Do engraxate, passando pelo carinha que vende milho até a Marcinha que é a gerente do Bar dos Parlapatões. E os teatros tavam lotados. Todo mundo assistindo as peças, mas financeiramente os Grupos não lucraram nada (na boa, todo mundo sabia que ia ser assim, ninguém foi enganado), pois com esse lance do "pague quanto puder", a rapaziada aproveitava pra assistir as peças pagando de 10 centavos a 1 real e tudo certo. A festa é dos artistas, mas eles não ganham, o que eu acho bastante injusto. Quer dizer então que eu sou contra as "Satyrianas"? De jeito nenhum. Acho um evento corajoso pra caralho. Acho que o Ivan, o Rodolfo e o pessoal dos "Satyros" se esmeram pra fazer algo bacana e conseguem, mas ainda assim, não podemos nos furtar a reavaliar alguns pontos. As Satyrianas me fazem lembrar o Festival de Teatro de Londrina nos anos 80. Lembro que em certa época me recusei a participar do Festival com o meu Grupo e fui pra televisão falar sobre isso e escrevi artigos em jornal, etc. A parada era a seguinte: O Festival era gratuito. Enfim, lotava, sabe como é. Lembro de apresentações nossas com o Cine Teatro Ouro Verde (o maior da cidade) totalmente lotado com gente nos corredores e mais uma multidão lá fora. Aí a gente fazia uma temporada fora do festival cobrando um ingresso pra lá de simbólico e tinha meia dúzia na platéia. Quer dizer, a rapaziada ficava esperando pra ver a peça no Festival. Era meio "canto da sereia", tá ligado? A gente era um bando de moleques, via a platéia lotada e achava aquilo o máximo. Mas e daí? Aí quando caiu a ficha, entrei em guerra com a bagaça. Não deu outra. No ano seguinte, as regras mudaram. O festival passou a cobrar ingresso. Um ingresso bem barato (que era como eu achava que devia ser), mas ainda assim era um ingresso que seria revertido para os Grupos. O que aconteceu é que o festival continuou lotado, mas sem aquela loucura toda. Só ia lá assistir quem realmente tava a fim. Antes qualquer sujeito que não tinha nada pra fazer ia lá e acabava tumultuando os espetáculos. E além de tudo o Festival abriu um edital convocando os grupos que quisessem estrear os espetáculos no Festival. Era só se inscrever (passar por uma avaliação) e então os Grupos teriam uma ajuda de produção para montar os seus espetáculos. Foi a primeira vez na vida que tive algum dinheiro para produzir algo. Foi quando a gente montou "À Queima-Roupa". Foi quando comecei a me sentir profissional. Tô contando tudo isso e querendo dizer que as "Satyrianas" também devem mudar assim? Não sei. Apenas acho que algo devia ser feito. Que pontos precisam ser revistos. Hoje li um texto do jornalista Jotabê Medeiros onde ele fala da Praça Roosevelt. Olha só o que ele diz:
estive na praça rusvel outro dia para ver os amigos.
não sou um frequentador da praça rusvel, mas me lembro perfeitamente de quando o bortolotto e os amigos começaram a civilizar aquilo.
fizeram aquilo acontecer contra todos os prognósticos, todas as forças do atraso, todo o preconceito.
bom, naquele dia nós fomos meio maltratados pelo garçom, ficamos chateados, e o pinduca disse algo assim (não me lembro da frase precisa): “se fosse um global daqueles que agora andam por aqui, esse imbecil ficava de quatro para ele sentar em cima”, ironizou o poeta.
notei que havia mesmo um climão: os velhos confrades, os pioneiros, perdem espaço para os emergentes, os deslumbrados.
domingo, na coluna social, vi uma foto da adriane galisteu com o namorado no boteco, e mais meia dúzia de estrelas das revistas de fofocas, espalhados pela praça rusvel (copio descaradamente essa grafia do blog da clarah).
senti um calafrio: sinto que estavam ali apenas para ganhar um carimbo de “descolados”. não tinham nada a ver com o lugar.
mas é um mundo grande, e democrático.
só não gosto quando o garçom me diz que eu tô atrapalhando, esperando herdar minha cadeira para algum galã de novela. vá se foder.
(continua...)
(...)
O Jotabê só veio reiterar o que já estou pensando há algum tempo. Gosto muito de frequentar a Praça. Meus amigos estão sempre por lá. Jogo bilhar com a rapaziada, converso com eles, bebo, e é divertido. Mas a premissa seria essa? E o teatro? Os bares andam mais lotados que os teatros. Isso é sintomático e perturbador. É preciso fazer algo em prol do teatro da praça e não deixar que o espaço vire apenas mais um point de balada, porque "Point", meu amigo, muda de endereço muito rápido. Não tenho nada contra a Adriane Galisteu ter ido lá participar de uma peça no DramaMix, mas então porque não colocar a peça dela às 6 da manhã? Ia lotar do mesmo jeito, não ia não? Afinal quem tá preocupado em ver a Adriane Galisteu, não está exatamente preocupado com teatro, então se o cara tá nessa fissura então ele que espere até o dia raiar. Eu por exemplo, estaria comendo pastel na feira. Só acho foda colocar a Adriane num horário bacana e colocar a rapaziada do Teatro da Curva (Didio, Celso e Zé Trassi) na peça da Lúcia (Vinte e Um) às 6 da manhã. A rapaziada faz teatro mesmo e tá há um puta tempão trampando ali na praça. A minha peça (Sad Christmas) foi começar já era tipo cinco da manhã. Tinha um público bacana, mas se fosse antes, teria lotado. E era uma apresentação só, de um texto inédito, montado especialmente para as Satyrianas, sem nenhum centavo de auxílio. E a bilheteria? Não existia. Eu não tô aqui querendo bancar o Corvo de Poe sobrevoando a Praça. Tô só refletindo na busca de melhorar o que tem tudo pra ser muito mais legal do que já é. E muito mais justo também. Não vou ficar falando disso em mesa de boteco, porque acho muito feio. Nisso sou diferente do meu Mestre e amigo Domingos de Oliveira que diz "que só fala mal de amigo em mesa de bar". É uma ótima frase, mas eu falo no blog mesmo que é pra todo mundo ficar sabendo o que eu penso e com minhas próprias palavras, porque há muito eu aprendi a não confiar em versões dos outros. Já presenciei uma cena do lado de uma pessoa. Depois vi a pessoa contando essa cena e fiquei pasmo. Pensei: "Não é possível que essa pessoa tenha visto a mesma cena que eu. Não foi assim que aconteceu". As pessoas tendem a aumentar o que aconteceu ou o que foi falado. Nunca ninguém diminui. Então se eu disser na mesa de um boteco que o fulano é um babaca, fatalmente quando alguém for contar o que eu disse, vai afirmar que eu chamei o fulano de "babaca, escroto e filho da puta". Sempre vai ser assim. Se um sujeito der um beijo em uma mulher, em menos de dois dias vão estar dizendo que o cara a engravidou de gemêos. É sempre assim. Por isso prefiro escrever aqui o que penso. As pessoas lêem e tiram suas próprias conclusões. Não quero ninguém distorcendo o que eu penso. Não quero ninguém dizendo por aí que sou contra "as satyrianas", que sou contra a praça ou que sou contra a Adriane Galisteu ou que estou jogando contra o belo trabalho do Ivan e do Rodolfo. Como diz o Jotabê "é um mundo grande e democrático". Tenho alguns amigos famosos, e gosto de encontrá-los no lugar que eu frequento. São figuras bacanas e gosto de conversar com eles. Mas acho um saco se eu perceber que eles estão sendo tratados de maneira diferente ou melhor que os meus amigos de boteco de todas as noites só porque a presença deles por ali pode atrair a atenção dos colunistas sociais. Afinal frequentar a praça hoje em dia é até fácil. A gente é do tempo que dividia a mesa do La Barca com a Marcinha e com outros travestis e era ótimo. Eu tive que ouvir a piadinha escrota que a Praça era um lugar perigoso porque a qualquer momento podia cair um travesti na sua cabeça. A piada (escrota pra caralho) brincava com o suícidio da Camila. Hoje em dia a Mariana Ximenez (que é uma menina legal pra caramba - só tô usando como exemplo) pode tomar uma cerveja lá sossegada e a rapaziada fica deslumbrada com isso. Gosto do Paulo Vilhena e gosto do Diniz. Gosto do Marco Ricca e gosto do Bob (Castro Alves). Gosto da Mel Lisboa e gosto da Maitê. E o meu abraço vai ser sempre o mesmo, e vai ser sincero. Que o mundo seja mesmo grande e democrático, mas que seja realmente democrático, porque caso contrário vai ficar bobo demais. E a gente não tem mais tempo pra esse tipo de bobagem. A praça é do povo, mas que os artistas que são os verdadeiros responsáveis pelo ressurgimento da mesma, possam começar a lucrar de verdade com isso. Não só no sentido financeiro, mas nesse também, é claro. Eu podia ficar calado e não falar nada sobre isso, mas eu nunca soube fazer parte do coro.
O Jotabê só veio reiterar o que já estou pensando há algum tempo. Gosto muito de frequentar a Praça. Meus amigos estão sempre por lá. Jogo bilhar com a rapaziada, converso com eles, bebo, e é divertido. Mas a premissa seria essa? E o teatro? Os bares andam mais lotados que os teatros. Isso é sintomático e perturbador. É preciso fazer algo em prol do teatro da praça e não deixar que o espaço vire apenas mais um point de balada, porque "Point", meu amigo, muda de endereço muito rápido. Não tenho nada contra a Adriane Galisteu ter ido lá participar de uma peça no DramaMix, mas então porque não colocar a peça dela às 6 da manhã? Ia lotar do mesmo jeito, não ia não? Afinal quem tá preocupado em ver a Adriane Galisteu, não está exatamente preocupado com teatro, então se o cara tá nessa fissura então ele que espere até o dia raiar. Eu por exemplo, estaria comendo pastel na feira. Só acho foda colocar a Adriane num horário bacana e colocar a rapaziada do Teatro da Curva (Didio, Celso e Zé Trassi) na peça da Lúcia (Vinte e Um) às 6 da manhã. A rapaziada faz teatro mesmo e tá há um puta tempão trampando ali na praça. A minha peça (Sad Christmas) foi começar já era tipo cinco da manhã. Tinha um público bacana, mas se fosse antes, teria lotado. E era uma apresentação só, de um texto inédito, montado especialmente para as Satyrianas, sem nenhum centavo de auxílio. E a bilheteria? Não existia. Eu não tô aqui querendo bancar o Corvo de Poe sobrevoando a Praça. Tô só refletindo na busca de melhorar o que tem tudo pra ser muito mais legal do que já é. E muito mais justo também. Não vou ficar falando disso em mesa de boteco, porque acho muito feio. Nisso sou diferente do meu Mestre e amigo Domingos de Oliveira que diz "que só fala mal de amigo em mesa de bar". É uma ótima frase, mas eu falo no blog mesmo que é pra todo mundo ficar sabendo o que eu penso e com minhas próprias palavras, porque há muito eu aprendi a não confiar em versões dos outros. Já presenciei uma cena do lado de uma pessoa. Depois vi a pessoa contando essa cena e fiquei pasmo. Pensei: "Não é possível que essa pessoa tenha visto a mesma cena que eu. Não foi assim que aconteceu". As pessoas tendem a aumentar o que aconteceu ou o que foi falado. Nunca ninguém diminui. Então se eu disser na mesa de um boteco que o fulano é um babaca, fatalmente quando alguém for contar o que eu disse, vai afirmar que eu chamei o fulano de "babaca, escroto e filho da puta". Sempre vai ser assim. Se um sujeito der um beijo em uma mulher, em menos de dois dias vão estar dizendo que o cara a engravidou de gemêos. É sempre assim. Por isso prefiro escrever aqui o que penso. As pessoas lêem e tiram suas próprias conclusões. Não quero ninguém distorcendo o que eu penso. Não quero ninguém dizendo por aí que sou contra "as satyrianas", que sou contra a praça ou que sou contra a Adriane Galisteu ou que estou jogando contra o belo trabalho do Ivan e do Rodolfo. Como diz o Jotabê "é um mundo grande e democrático". Tenho alguns amigos famosos, e gosto de encontrá-los no lugar que eu frequento. São figuras bacanas e gosto de conversar com eles. Mas acho um saco se eu perceber que eles estão sendo tratados de maneira diferente ou melhor que os meus amigos de boteco de todas as noites só porque a presença deles por ali pode atrair a atenção dos colunistas sociais. Afinal frequentar a praça hoje em dia é até fácil. A gente é do tempo que dividia a mesa do La Barca com a Marcinha e com outros travestis e era ótimo. Eu tive que ouvir a piadinha escrota que a Praça era um lugar perigoso porque a qualquer momento podia cair um travesti na sua cabeça. A piada (escrota pra caralho) brincava com o suícidio da Camila. Hoje em dia a Mariana Ximenez (que é uma menina legal pra caramba - só tô usando como exemplo) pode tomar uma cerveja lá sossegada e a rapaziada fica deslumbrada com isso. Gosto do Paulo Vilhena e gosto do Diniz. Gosto do Marco Ricca e gosto do Bob (Castro Alves). Gosto da Mel Lisboa e gosto da Maitê. E o meu abraço vai ser sempre o mesmo, e vai ser sincero. Que o mundo seja mesmo grande e democrático, mas que seja realmente democrático, porque caso contrário vai ficar bobo demais. E a gente não tem mais tempo pra esse tipo de bobagem. A praça é do povo, mas que os artistas que são os verdadeiros responsáveis pelo ressurgimento da mesma, possam começar a lucrar de verdade com isso. Não só no sentido financeiro, mas nesse também, é claro. Eu podia ficar calado e não falar nada sobre isso, mas eu nunca soube fazer parte do coro.
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Obi ( Djavan )
Obi
Obi, Obá
Que nem zen, czar
Shalon
Jerusalém, z'oiseau
Na relva rala
Meu arerê
Tombara
Ali, Alá
Logo além
Nem lá
Logum
Pra cá ninguém faraó
No ver da gente
O samba é pedra mór
África
Benfica
E fica melhor
Amanheceu de um sorriso
Vida como é preciso
Sonhando
Sentindo
Cantando
Infindo
Ouvindo
Falando
Falo de mim
Pra você
Alô, olá
Se não for pra já
So long
Ouricuri madurou
No ver da gente
O samba é pedra mór
África
Benfica
E fica melhor.
Obi, Obá
Que nem zen, czar
Shalon
Jerusalém, z'oiseau
Na relva rala
Meu arerê
Tombara
Ali, Alá
Logo além
Nem lá
Logum
Pra cá ninguém faraó
No ver da gente
O samba é pedra mór
África
Benfica
E fica melhor
Amanheceu de um sorriso
Vida como é preciso
Sonhando
Sentindo
Cantando
Infindo
Ouvindo
Falando
Falo de mim
Pra você
Alô, olá
Se não for pra já
So long
Ouricuri madurou
No ver da gente
O samba é pedra mór
África
Benfica
E fica melhor.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Santiago de João Moreira Salles
Belo filme , elegância e melancolia , outros tempos bem menos vulgares .
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Guardanapos de Papel (Biromes y servilletas)
( Léo Masliah / Carlos Sandroni )
Na minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas e sempre aparecem quando
Menos aguardados, guardados, guardados
Entre livros e sapatos, em baús empeirados
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
Ondem vivem com seus pares, seus pares
Seus pares e convivem com fantasmas
Multicores de cores, de cores
Que te pintam as olhereiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas, partidas
Partidas entre mortos e feridas, feridas
Feridas mas resistem com palavras
Confundidas, fundidas fundidas
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glórias nem medalhas, se contetam com migalhas, migalhas,
migalhas
De canções e brincadeiras com seus versos dispersos, dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
Projetos, projetos, que jamais são alcançados
Alcançados, cansados, cansados, mas nada disso
Importa enquanto eles escrevem, escrevem
Escrevem o que sabem o que não sabem
E o que dizem o qu não devem
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
Como se fossem cometas, cometas, cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
De palavras retorcendo-se confusas, confusas
Confusas, em delgados quardanapos feito moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
que eles vêem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas lunáticas
Lançadas ao espaço e o mundo inteiro
Inteiro, inteiro, fossem vendo para depois voltar pro Rio de Janeiro
( Léo Masliah / Carlos Sandroni )
Na minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas, trombetas e sempre aparecem quando
Menos aguardados, guardados, guardados
Entre livros e sapatos, em baús empeirados
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
Ondem vivem com seus pares, seus pares
Seus pares e convivem com fantasmas
Multicores de cores, de cores
Que te pintam as olhereiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas, partidas
Partidas entre mortos e feridas, feridas
Feridas mas resistem com palavras
Confundidas, fundidas fundidas
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glórias nem medalhas, se contetam com migalhas, migalhas,
migalhas
De canções e brincadeiras com seus versos dispersos, dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
Projetos, projetos, que jamais são alcançados
Alcançados, cansados, cansados, mas nada disso
Importa enquanto eles escrevem, escrevem
Escrevem o que sabem o que não sabem
E o que dizem o qu não devem
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
Como se fossem cometas, cometas, cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas, canetas, canetas
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
De palavras retorcendo-se confusas, confusas
Confusas, em delgados quardanapos feito moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
que eles vêem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas lunáticas
Lançadas ao espaço e o mundo inteiro
Inteiro, inteiro, fossem vendo para depois voltar pro Rio de Janeiro
Biromes y servilletas
Leo Masliah
En Montevideo hay poetas poetas poetas
que sin bombos ni trompetas trompetas trompetas
van saliendo de recnditos altillos altillos altillos
de paredes de silencios de redonda con puntillo.
Salen de agujeros mal tapados tapados tapados
y proyectos no alcanzados cansados cansados
que regresan en fantasmas de colores colores colores
a pintarte las ojeras y pedirte que no llores.
Tienen ilusiones compartidas partidas partidas
pesadillas adheridas heridas heridas
caeras de palabras confundidas fundidas fundidas
a su triste paso lento por las calles y avenidas.
No pretenden glorias ni laureles, laureles, laureles
slo pasan a papeles, papeles, papeles,
experiencias totalmente personales, zonales, zonales
elementos muy parciales que juntados no son tales.
Hablan de la aurora hasta cansarse, cansarse, cansarse
sin tener miedo a plagiarse, plagiarse, plagiarse
nada de eso importa ya mientras escriban, escriban, escriban
su mana su locura su neurosis obsesiva.
Andan por las calles los poetas poetas poetas
como si fueran cometas, cometas, cometas
en un denso cielo de metal fundido, fundido, fundido
impenetrable, desastroso, lamentable y aburrido.
En Montevideo hay biromes, biromes, biromes
desangradas en renglones, renglones, renglones
de palabras retorcindose confusas, confusas, confusas
en delgadas servilletas como alcohlicas reclusas.
Andan por las calles escribiendo y viendo y viendo
lo que ven lo van diciendo y siendo y siendo
ellos poetas a la vez que se pasean, pasean, pasean
van contando lo que ven, y lo que no, lo fantasean.
Miran para el cielo los poetas, poetas, poetas
como si fueran saetas, saetas, saetas
arrojadas al espacio que un rodeo, rodeo, rodeo
hiciera regresar para clavarlas en Montevideo
Leo Masliah
En Montevideo hay poetas poetas poetas
que sin bombos ni trompetas trompetas trompetas
van saliendo de recnditos altillos altillos altillos
de paredes de silencios de redonda con puntillo.
Salen de agujeros mal tapados tapados tapados
y proyectos no alcanzados cansados cansados
que regresan en fantasmas de colores colores colores
a pintarte las ojeras y pedirte que no llores.
Tienen ilusiones compartidas partidas partidas
pesadillas adheridas heridas heridas
caeras de palabras confundidas fundidas fundidas
a su triste paso lento por las calles y avenidas.
No pretenden glorias ni laureles, laureles, laureles
slo pasan a papeles, papeles, papeles,
experiencias totalmente personales, zonales, zonales
elementos muy parciales que juntados no son tales.
Hablan de la aurora hasta cansarse, cansarse, cansarse
sin tener miedo a plagiarse, plagiarse, plagiarse
nada de eso importa ya mientras escriban, escriban, escriban
su mana su locura su neurosis obsesiva.
Andan por las calles los poetas poetas poetas
como si fueran cometas, cometas, cometas
en un denso cielo de metal fundido, fundido, fundido
impenetrable, desastroso, lamentable y aburrido.
En Montevideo hay biromes, biromes, biromes
desangradas en renglones, renglones, renglones
de palabras retorcindose confusas, confusas, confusas
en delgadas servilletas como alcohlicas reclusas.
Andan por las calles escribiendo y viendo y viendo
lo que ven lo van diciendo y siendo y siendo
ellos poetas a la vez que se pasean, pasean, pasean
van contando lo que ven, y lo que no, lo fantasean.
Miran para el cielo los poetas, poetas, poetas
como si fueran saetas, saetas, saetas
arrojadas al espacio que un rodeo, rodeo, rodeo
hiciera regresar para clavarlas en Montevideo
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
MESMO SE O VENTO LEVOU
(Marina Lima - Antonio Cicero)
Gostei
Demais de te amar
Chorei
Ao rio, ao mar
Não foi desta vez
Que acertei
Cheguei mais perto talvez
Ao menos eu tentei
Mas nós dois
Eu vou lembrar
Vou sim
Mesmo se o vento levou
Isso vai ficar em mim
Noites...
Como brilhavam
E os beijos...
Nem quero contar
Forte
Forte até de pirar
Eu tive até que perder
Prá poder depois guardar
Mas nós dois
Eu vou lembrar
Vou sim
Mesmo se o vento levou
Isso vai ficar em mim
(Marina Lima - Antonio Cicero)
Gostei
Demais de te amar
Chorei
Ao rio, ao mar
Não foi desta vez
Que acertei
Cheguei mais perto talvez
Ao menos eu tentei
Mas nós dois
Eu vou lembrar
Vou sim
Mesmo se o vento levou
Isso vai ficar em mim
Noites...
Como brilhavam
E os beijos...
Nem quero contar
Forte
Forte até de pirar
Eu tive até que perder
Prá poder depois guardar
Mas nós dois
Eu vou lembrar
Vou sim
Mesmo se o vento levou
Isso vai ficar em mim
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Douglas Kim de volta ao mundo dos Blogs
É o único humano que consegue ler todos jornais do mundo , intelectual de estirpe chega a discutir a qualidade das traduções feitas na Ucrânia ou em Madagascar . É o ombudsman da praça e poderia atuar numa refilmagem do clássico Cidade Oculta de Chico Botelho ( no papel de Celso Seiki ) falando a frase : Anjo Sam ! para Arrigo Barnabé . Figura antenada na moda usa roupas de sua grife Douglas by Kim .
CLICA AQUI : http://pornbookclub.blogspot.com/
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Verdes Anos
(Nei Lisboa / Augusto Licks)
Foi no meio do salão
Foi lá por 72
Que eu descobri a lei dos corpos
Foi céu aberto, verdes anos
Pouco mais que nada pra pensar
Rock'n roll lulabye
Nunca mais vou te ver
Decerto foi por lá
Que imaginei o agora
Do jeito que se viu
Discreto charme, aurora juvenil
E aquela malucada toda ahippiando
Eu nem sonhava ser tão natural
Oh!, mammy blues
Transa sensual, calor, coragem
Dançar nos fez pular um muro
Dançar nos fez pular o muro
(Nei Lisboa / Augusto Licks)
Foi no meio do salão
Foi lá por 72
Que eu descobri a lei dos corpos
Foi céu aberto, verdes anos
Pouco mais que nada pra pensar
Rock'n roll lulabye
Nunca mais vou te ver
Decerto foi por lá
Que imaginei o agora
Do jeito que se viu
Discreto charme, aurora juvenil
E aquela malucada toda ahippiando
Eu nem sonhava ser tão natural
Oh!, mammy blues
Transa sensual, calor, coragem
Dançar nos fez pular um muro
Dançar nos fez pular o muro
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
A mais bonita ( Chico Buarque de Holanda )
Não, solidão, hoje não quero me retocar
Nesse salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar
Bonita
Pra que os olhos do meu bem
Não olhem mais ninguém
Quando eu me revelar
Da forma mais bonita
Pra saber como levar todos
Os desejos que ele tem
Ao me ver passar
Bonita
Hoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei
Nesse salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar
Bonita
Pra que os olhos do meu bem
Não olhem mais ninguém
Quando eu me revelar
Da forma mais bonita
Pra saber como levar todos
Os desejos que ele tem
Ao me ver passar
Bonita
Hoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei
sábado, 11 de agosto de 2007
Canção Amiga ( Carlos Drummond de Andrade )
Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.
Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.
Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.
Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.
Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.
Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.
Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.
Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.
Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
do blog do Bortolotto
"Se você me encontrar num bar /desatinado /
falando alto coisas cruéis / É que eu tô querendo um cantinho ali /
ou então descolando alguém pra ir dormir /
Mas se eu tiver nos olhos uma luz bonita /
fica comigo e me faz feliz /
é que eu tô sozinho há tanto tempo /
que eu já me esqueci /
o que é verdade e o que é mentira em volta de mim."
(Cazuza)
Poema lido por Ana Beatriz Nogueira no Documentário " Sonhos de um noite no Leblon "
falando alto coisas cruéis / É que eu tô querendo um cantinho ali /
ou então descolando alguém pra ir dormir /
Mas se eu tiver nos olhos uma luz bonita /
fica comigo e me faz feliz /
é que eu tô sozinho há tanto tempo /
que eu já me esqueci /
o que é verdade e o que é mentira em volta de mim."
(Cazuza)
Poema lido por Ana Beatriz Nogueira no Documentário " Sonhos de um noite no Leblon "
sábado, 4 de agosto de 2007
Ruy Belo
Breve Sonata em Sol [UM] (Menor, Claro)
A solidão da árvore sozinha
no campo do verão alentejano
é só mais solitária do que a minha
e teima ali na terra todo o ano
quando nem chuva ou vento já lhe fazem companhia
e o calor é tão triste como o é somente a alegria
Eu passo e passo muito mais que o próprio dia
A solidão da árvore sozinha
no campo do verão alentejano
é só mais solitária do que a minha
e teima ali na terra todo o ano
quando nem chuva ou vento já lhe fazem companhia
e o calor é tão triste como o é somente a alegria
Eu passo e passo muito mais que o próprio dia
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Viena Fica na 28 de Setembro
João Bosco & Aldir Blanc
Morre a luz da noite
o porre acende pra me iluminar
numa outra cena...
Zune o vento e valsam os oitis
no velho boulervard:
bosques de Viena!
Escrevo a carta a uma desconhecida
com quem tive um flerte, um anjo azul...
pobres balconistas de paquete, de ar infeliz
são novas Bovarys...
Já perdi o expresso do oriente
onde sempre sou
vítima e assassino...
Tomo a carruagem e o cocheiro
de tabela dois
diz que é vascaíno...
Ah, triste figura, Don Quixote
quer mais um traçado
- cadê o Sancho?
Dá pro santo, bebe, e o passado
volta a desfilar,
pierô de marcha-rancho:
... com as bronca do Ary Barroso, sem elas...
... com a bossa do Ciro Monteiro, sem ela...
... com o copo cheio de Vinícius, sem ele...
... com nervos de aço Lupiscínio, sem eles...
... com as mãos do Antonio Maria, sem elas...
... com a voz do Lamartine Babo, sem ela...
... com a rosa Dolores Duran, sem ela...
... com a majestade da Elis, sem ela...
Morre a luz da noite
o porre acende pra me iluminar
numa outra cena...
Zune o vento e valsam os oitis
no velho boulervard:
bosques de Viena!
Escrevo a carta a uma desconhecida
com quem tive um flerte, um anjo azul...
pobres balconistas de paquete, de ar infeliz
são novas Bovarys...
Já perdi o expresso do oriente
onde sempre sou
vítima e assassino...
Tomo a carruagem e o cocheiro
de tabela dois
diz que é vascaíno...
Ah, triste figura, Don Quixote
quer mais um traçado
- cadê o Sancho?
Dá pro santo, bebe, e o passado
volta a desfilar,
pierô de marcha-rancho:
... com as bronca do Ary Barroso, sem elas...
... com a bossa do Ciro Monteiro, sem ela...
... com o copo cheio de Vinícius, sem ele...
... com nervos de aço Lupiscínio, sem eles...
... com as mãos do Antonio Maria, sem elas...
... com a voz do Lamartine Babo, sem ela...
... com a rosa Dolores Duran, sem ela...
... com a majestade da Elis, sem ela...
terça-feira, 31 de julho de 2007
Novo Tempo - Ivan Lins e Vitor Martins
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança
No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança
No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça
quinta-feira, 26 de julho de 2007
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Eugénio de Andrade
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
domingo, 22 de julho de 2007
Eu e a brisa - Johnny Alf
Ah! se a juventude que esta brisa canta
Ficasse aqui comigo mais um pouco
Eu poderia esquecer a dor de ser tão só
Pra ser um sonho
E aí então quem sabe alguém chegasse
Buscando um sonho em forma de desejo
Felicidade então pra nós seria
E depois que a tarde nos trouxesse a lua
Se o amor chegasse eu não resistiria
E a madrugada acalentaria nossa paz
Fica, oh! brisa fica
Pois talvez que sabe
O inesperado faça uma surpresa
E traga alguém que queira te escutar
E junto a mim, queira ficar,
Queira ficar, queira ficar.
Ficasse aqui comigo mais um pouco
Eu poderia esquecer a dor de ser tão só
Pra ser um sonho
E aí então quem sabe alguém chegasse
Buscando um sonho em forma de desejo
Felicidade então pra nós seria
E depois que a tarde nos trouxesse a lua
Se o amor chegasse eu não resistiria
E a madrugada acalentaria nossa paz
Fica, oh! brisa fica
Pois talvez que sabe
O inesperado faça uma surpresa
E traga alguém que queira te escutar
E junto a mim, queira ficar,
Queira ficar, queira ficar.
domingo, 15 de julho de 2007
sábado, 14 de julho de 2007
Maresia
(Paulo Machado e Antonio Cícero)
O meu amor me deixou
Levou minha identidade
Não sei nem mais onde estou
Nem onde a realidade
Ah, se eu fosse marinheiro
Eu é que tinha partido
Mas meu coração ligeiro
Não se teria partido
Ou se partisse colava
Com cola de maresia
Amava e desamava
Sem peso e sem poesia
Ah, se eu fosse marinheiro
Seria doce o meu lar
Não só o Rio de Janeiro
A imensidão e o mar
Leste Oeste Norte e Sul
Onde um homem se situa
Quando o sol sobre o azul
Ou quando no mar a lua
Não buscaria conforto
Nem pensaria em dinheiro
Um amor em cada porto
Ah, se eu fosse marinheiro
(Paulo Machado e Antonio Cícero)
O meu amor me deixou
Levou minha identidade
Não sei nem mais onde estou
Nem onde a realidade
Ah, se eu fosse marinheiro
Eu é que tinha partido
Mas meu coração ligeiro
Não se teria partido
Ou se partisse colava
Com cola de maresia
Amava e desamava
Sem peso e sem poesia
Ah, se eu fosse marinheiro
Seria doce o meu lar
Não só o Rio de Janeiro
A imensidão e o mar
Leste Oeste Norte e Sul
Onde um homem se situa
Quando o sol sobre o azul
Ou quando no mar a lua
Não buscaria conforto
Nem pensaria em dinheiro
Um amor em cada porto
Ah, se eu fosse marinheiro
quinta-feira, 12 de julho de 2007
segunda-feira, 9 de julho de 2007
domingo, 8 de julho de 2007
Embarcação ( Francis Hime )
Sim, foi que nem um temporal
Foi um vaso de cristal
Que partiu dentro de mim
Ou quem sabe os ventos
Pondo fogo numa embarcação
Os quatro elementos
Num momento de paixão
Deus, eu pensei que fosse Deus
E que os mares fossem meus
Como pensam os ingleses
Mel, eu pensei que fosse mel
E bebi da vida
Como bebe um marinheiro de partida, mel
Meu, eu julguei que fosse meu
O calor do corpo teu
Que incendeia meu corpo há meses
Ar, como eu precisava amar
E antes mesmo do galo cantar
Eu te neguei três vezes
Cais, ficou tão pequeno o cais
Te perdi de vista para nunca mais
Sim, foi que nem um temporal
Foi um vaso de cristal
Que partiu dentro de mim
Ou quem sabe os ventos
Pondo fogo numa embarcação
Os quatro elementos
Num momento de paixão
Deus, eu pensei que fosse Deus
E que os mares fossem meus
Como pensam os ingleses
Mel, eu pensei que fosse mel
E bebi da vida
Como bebe um marinheiro de partida, mel
Meu, eu julguei que fosse meu
O calor do corpo teu
Que incendeia meu corpo há meses
Ar, como eu precisava amar
E antes mesmo do galo cantar
Eu te neguei três vezes
Cais, ficou tão pequeno o cais
Te perdi de vista para nunca mais
sexta-feira, 6 de julho de 2007
AGRIPPINO IS DEAD ( do blog do ademir assunção ) 5/7/2007
Foto: Maurício Simonetti
José Agrippino de Paula nunca ganhou nenhum prêmio Portugal Telecom. Nem sequer um mísero Jabuti. E precisava. Vivia isolado, marginal, durango, jogado às traças, no Embu das Artes. Subiu ontem. Infarto. Aos 69 anos (completaria 70 no próximo dia 13). Um gênio.
A Editora Papagaio republicou seus dois livros geniais: Lugar Público e PanAmérica. E vai publicar Nações Unidas, uma peça de teatro inédita (saíram trechos numa das últimas Coyotes), no segundo semestre.
E promete também o romance inacabado Os Favorecidos de Madame Estereofônica.
E eu continuo ouvindo Cazuza: “Brasil, mostra a sua cara / Quero ver quem paga / Pra gente ficar assim
Infelizmente as palavras de Argan sobre Van Gogh continuam válidas
Texto de Argan sobre Van Gogh
"O drama do artista que se sente excluído de uma sociedade que não utiliza seu trabalho , fazendo dele um desajustado , candidato ao suicídio e à loucura . Sociedade pragmatista que atribui ao trabalho a finalidade exclusiva do lucro não pode senão rejeitar aquele que , preocupado com a condição e o destino da humanidade , desmascara sua má consciência .
terça-feira, 3 de julho de 2007
Caetano Veloso
Mãe
Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visse não
Imensa solidão
Eu sou um Rei que não tem fim
Que brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração
Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tens amor
Cigarra, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor
Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o teu caminha e o meu caminho
É um nem vais nem vou
Meninos, ondas, becos, mãe
E só porque não estais
És para mim que nada mais
Na boca das manhãs
Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visse não
Imensa solidão
Eu sou um Rei que não tem fim
Que brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração
Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tens amor
Cigarra, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor
Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o teu caminha e o meu caminho
É um nem vais nem vou
Meninos, ondas, becos, mãe
E só porque não estais
És para mim que nada mais
Na boca das manhãs
Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
Genipapo absoluto
(Caetano Veloso)
Como será pois se ardiam fogueiras
Com olhos de areia quem viu
Praias, paixões fevereiras
Não dizem o que junhos de fumaça e frio
Onde e quando é genipapo absoluto
Meu pai, seu tanino, seu mel
Prensa, esperança, sofrer prazeria
Promessa, poesia, Mabel
Cantar é mais do que lembrar
É mais do que ter tido aquilo então
Mais do que viver do que sonhar
É ter o coração daquilo
Tudo são trechos que escuto: vêm dela
Pois minha mãe é minha voz
Como será que isso era este som
Que hoje sim, gera sóis, dói em dós
"Aquele que considera" a saudade
Uma mera contraluz que vem
Do que deixou pra trás
Não, esse só desfaz o signo
E a "rosa também"
(Caetano Veloso)
Como será pois se ardiam fogueiras
Com olhos de areia quem viu
Praias, paixões fevereiras
Não dizem o que junhos de fumaça e frio
Onde e quando é genipapo absoluto
Meu pai, seu tanino, seu mel
Prensa, esperança, sofrer prazeria
Promessa, poesia, Mabel
Cantar é mais do que lembrar
É mais do que ter tido aquilo então
Mais do que viver do que sonhar
É ter o coração daquilo
Tudo são trechos que escuto: vêm dela
Pois minha mãe é minha voz
Como será que isso era este som
Que hoje sim, gera sóis, dói em dós
"Aquele que considera" a saudade
Uma mera contraluz que vem
Do que deixou pra trás
Não, esse só desfaz o signo
E a "rosa também"
domingo, 1 de julho de 2007
quinta-feira, 21 de junho de 2007
terça-feira, 19 de junho de 2007
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Saudade ( Nato Gomes )
Inda que eu me feche
E jure nunca mais te ver,
Tens o meu segredo
E a chave que me abre em teu poder.
Sabes como entrar,
Por onde vir.
Por que não aprendes a sair de mim?
Inda que eu a seque,
A fonte volta a murmurar.
Contra a correnteza,
Sou tão fraco,
Não posso nadar.
Tuas águas me levando assim,
Cada vez mais,
Pra longe de mim.
Tuas águas me levando assim,
Cada vez mais,
Pra longe de mim.
Inda que eu apague,
O fogo volta a se acender.
E esta saudade,
Esta vontade de te ver.
Tua chama vai queimando assim,
O pouco de paz que existe em mim.
música gravada por Jane Duboc no disco " Languidez "
E jure nunca mais te ver,
Tens o meu segredo
E a chave que me abre em teu poder.
Sabes como entrar,
Por onde vir.
Por que não aprendes a sair de mim?
Inda que eu a seque,
A fonte volta a murmurar.
Contra a correnteza,
Sou tão fraco,
Não posso nadar.
Tuas águas me levando assim,
Cada vez mais,
Pra longe de mim.
Tuas águas me levando assim,
Cada vez mais,
Pra longe de mim.
Inda que eu apague,
O fogo volta a se acender.
E esta saudade,
Esta vontade de te ver.
Tua chama vai queimando assim,
O pouco de paz que existe em mim.
música gravada por Jane Duboc no disco " Languidez "
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Ademir Assunção
ZENSIDER
Aprenda a costurar as suas próprias roupas
quando as flores forem poucas
Quando a brisa do inverno varrer sua casa
aprenda a voar com suas próprias asas
Em caso de cansaço, sente-se
como um tigre imóvel ao relento
atento ao soprar do vento
atento
Pode ser
aconteça
uma flor de lótus floresça
na lama dos seus olhos
Aprenda a costurar as suas próprias roupas
quando as flores forem poucas
Quando a brisa do inverno varrer sua casa
aprenda a voar com suas próprias asas
Em caso de cansaço, sente-se
como um tigre imóvel ao relento
atento ao soprar do vento
atento
Pode ser
aconteça
uma flor de lótus floresça
na lama dos seus olhos
quinta-feira, 24 de maio de 2007
terça-feira, 22 de maio de 2007
segunda-feira, 21 de maio de 2007
domingo, 20 de maio de 2007
sábado, 19 de maio de 2007
quinta-feira, 17 de maio de 2007
crítica
Pequena Miss Sunshine
Estrada e Céu
Kombi amarela mistura-se com insolação cítrica e árida da estrada , céu aberto na amplidão dos planos gerais , como uma nova caravana “ Rolidei “ papando a poeira das paisagens . Bares mofados , seus lanches fartos & milk shakes de creme . Placas desbotadas como totens apagados na véspera .
Caricaturas
Perdedor vendendo sucesso com sorriso congelado , frases repetidas “ ad nauseam “ mantras vazios para um exército de iguais , sedentos de lugares –comuns . Rapaz niilista calcado em Alan Poe mastiga sua afonia em gestos brutos . Um velho devasso que coleciona revistas de mulheres nuas . Intelectual caricato , leitor de Proust que se recusa a aderir aos apelos da mediocridade . Menina fora do padrão sonhando em ser Barbie por um dia . Mãe da menina que por ser menos bizarra acaba servindo de elo entre todos .
Irrealidade
O que parecia cenário idílico , concurso de miss em qualquer ponto afastado do mapa vira grotesco quando os mecanismos submergem e os fios que conduzem a marionete não escondem a feiúra que aparece na platéia e nas máscaras das meninas que antecipando uma falsa sensualidade acabam parecendo bonecas num museu de cera.
Observatório
O exótico mostra-nos um espelho incômodo mas curiosamente as fraquezas aparentes humanizam os personagens e os “ perdedores “ unidos ganham o jogo porque descartam qualquer pretensão de poder .
Nota
A Caravana “Rolidei “ é uma trupe circense que aparece no filme “ Bye , Bye , Brasil” de Cacá Diegues , a grafia errada ( deveria ser Holiday ) mostra precariedade , porém esse essa singeleza acaba virando poesia quando os atores criam nesse ambiente de quase nada .
Pequena Miss Sunshine
( Little Miss Sunshine ) . EUA , 2006 , cor , 101 min
Direção : Jonathan Daytone e Valerie Faris , Elenco : Greg Kinnear , Abigail Breslin , Tony Collete , Alan Arkin , Paul Dano , Steve Carell , Cassandra Ashe .
Estrada e Céu
Kombi amarela mistura-se com insolação cítrica e árida da estrada , céu aberto na amplidão dos planos gerais , como uma nova caravana “ Rolidei “ papando a poeira das paisagens . Bares mofados , seus lanches fartos & milk shakes de creme . Placas desbotadas como totens apagados na véspera .
Caricaturas
Perdedor vendendo sucesso com sorriso congelado , frases repetidas “ ad nauseam “ mantras vazios para um exército de iguais , sedentos de lugares –comuns . Rapaz niilista calcado em Alan Poe mastiga sua afonia em gestos brutos . Um velho devasso que coleciona revistas de mulheres nuas . Intelectual caricato , leitor de Proust que se recusa a aderir aos apelos da mediocridade . Menina fora do padrão sonhando em ser Barbie por um dia . Mãe da menina que por ser menos bizarra acaba servindo de elo entre todos .
Irrealidade
O que parecia cenário idílico , concurso de miss em qualquer ponto afastado do mapa vira grotesco quando os mecanismos submergem e os fios que conduzem a marionete não escondem a feiúra que aparece na platéia e nas máscaras das meninas que antecipando uma falsa sensualidade acabam parecendo bonecas num museu de cera.
Observatório
O exótico mostra-nos um espelho incômodo mas curiosamente as fraquezas aparentes humanizam os personagens e os “ perdedores “ unidos ganham o jogo porque descartam qualquer pretensão de poder .
Nota
A Caravana “Rolidei “ é uma trupe circense que aparece no filme “ Bye , Bye , Brasil” de Cacá Diegues , a grafia errada ( deveria ser Holiday ) mostra precariedade , porém esse essa singeleza acaba virando poesia quando os atores criam nesse ambiente de quase nada .
Pequena Miss Sunshine
( Little Miss Sunshine ) . EUA , 2006 , cor , 101 min
Direção : Jonathan Daytone e Valerie Faris , Elenco : Greg Kinnear , Abigail Breslin , Tony Collete , Alan Arkin , Paul Dano , Steve Carell , Cassandra Ashe .
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Homenagem de Ademir Assunção para Marisa
DORME EM PAZ, QUERIDA
Nossa amiga Marisa Lobo se foi à meia noite e meia. Não adianta ninguém ir para o hospital. Ela não está mais lá. A Dani está acompanhando tudo e já passou as informações: o velório será a partir das 16 horas de hoje e o sepultamento será amanhã (quinta-feira), às 9 horas da manhã. Ambos em Santos. Endereço: Memorial de Santos — Av. Nilo Peçanha, 50, Marapé – fone (13) 3255-3939.
*****
É assim que eu vou me lembrar dela: com essa cara moleca. Vou me lembrar do talento, da beleza, da amizade, da inteligência, da menina travessa. E nunca mais vou esquecer esse poema/canção do Leminski:
Dois namorados olhando o céu
Chegam à mesma conclusão
Mesmo que a Terra não passe da próxima guerra
Mesmo assim
Valeu
Valeu encharcar esse planeta de suor
Valeu esquecer as coisas que eu sei de cór
Valeu encarar essa vida que podia ser melhor
Valeu
Valeu
Paulo Leminski
Valeu, querida. Valeu.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
In Honore Ordinis Sancti Benedicti - Paulo Leminski
à ordem de são bento
a ordem que sabe
que o fogo é lento
e está aqui fora
a ordem que vai lá dentro
a ordem sabe
que tudo é santo
a hora a cor a água
o canto o incenso o silêncio
e no interior do mais pequeno
abre-se profundo
a flor do espaço mais imenso
a ordem que sabe
que o fogo é lento
e está aqui fora
a ordem que vai lá dentro
a ordem sabe
que tudo é santo
a hora a cor a água
o canto o incenso o silêncio
e no interior do mais pequeno
abre-se profundo
a flor do espaço mais imenso
terça-feira, 8 de maio de 2007
sábado, 28 de abril de 2007
Do amor - Hilda Hilst
XLIX
Costuro o infinito sobre o peito.
E no entanto sou água fugidia e amarga.
E sou crível e antiga como aquilo que vês :
Pedras, frontões no Todo inamovível.
Terrena, me adivinho montanha algumas vezes.
Recente, inumana, inexprimível
Costuro o infinito sobre o peito
Como aqueles que amam.
Costuro o infinito sobre o peito.
E no entanto sou água fugidia e amarga.
E sou crível e antiga como aquilo que vês :
Pedras, frontões no Todo inamovível.
Terrena, me adivinho montanha algumas vezes.
Recente, inumana, inexprimível
Costuro o infinito sobre o peito
Como aqueles que amam.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
ittí millvanon kallá - haroldo de campos
uma - habita meu sonho
ali onde está memória -
menina de catorze anos
:- dizes que já não podes mais sê-la : -
mas ela é em ti
acesa em sua iminente epifania
e vem ( vinda e ventura ) ao meu encontro
toda-envolta no perfume recente
de aulentíssimas damas-da-noite
assim a vejo
descendo uma alameda infinita
onde minha juventude arisca
de azuis cabelos negros
se incendeia
no simples ato de
( ver-te)
vê-la
ali onde está memória -
menina de catorze anos
:- dizes que já não podes mais sê-la : -
mas ela é em ti
acesa em sua iminente epifania
e vem ( vinda e ventura ) ao meu encontro
toda-envolta no perfume recente
de aulentíssimas damas-da-noite
assim a vejo
descendo uma alameda infinita
onde minha juventude arisca
de azuis cabelos negros
se incendeia
no simples ato de
( ver-te)
vê-la
sábado, 21 de abril de 2007
quinta-feira, 12 de abril de 2007
domingo, 8 de abril de 2007
sexta-feira, 6 de abril de 2007
terça-feira, 3 de abril de 2007
Fotos do lançamento do Casulo ( do blog do Victor del Franco )
Debate: Caminhos da Literatura Contemporânea
Ana Paula Pacheco, Roberto Zular, Frederico Barbosa,
Camila Diniz e Jorge Almeida.
Na foto: Flávio Rodrigo Vieira, Diniz A. Gonçalves Júnior,Renan Nuernberger, Victor Del Franco, Eduardo Lacerda,Andréa Catrópa, Ana Rüsche, Sandra Ciccone Ginez,Carol Marossi e Fábio Aristimunho.
domingo, 1 de abril de 2007
quarta-feira, 28 de março de 2007
convite dos editores do casulo
Estão todos convidados para o lançamento do Casulo 5, nesta sexta
(30/03), às 20 hs, no qual haverá um debate:
Caminhos da Literatura Contemporânea
Debate com os professores Jorge de Almeida, Roberto Zular, Ana Paula
Pacheco e Camila Diniz (editora do
Suplemento de Minas). Mediação: Frederico Barbosa.
Biblioteca Alceu Amororoso Lima
Henrique Schaumman, 777 (esq. com Cardeal Arcoverde)
No evento, também haverá o lançamentto do último número do Suplemento
Literário de Minas Gerais.
(30/03), às 20 hs, no qual haverá um debate:
Caminhos da Literatura Contemporânea
Debate com os professores Jorge de Almeida, Roberto Zular, Ana Paula
Pacheco e Camila Diniz (editora do
Suplemento de Minas). Mediação: Frederico Barbosa.
Biblioteca Alceu Amororoso Lima
Henrique Schaumman, 777 (esq. com Cardeal Arcoverde)
No evento, também haverá o lançamentto do último número do Suplemento
Literário de Minas Gerais.
terça-feira, 27 de março de 2007
segunda-feira, 26 de março de 2007
sábado, 24 de março de 2007
quinta-feira, 22 de março de 2007
Edifício Parque Verde Mar
desenho matizado em cores fortes
ligação entre espaços amplos, do portal aos jardins de paisagens
no teto, carrosséis, figuras geométricas
giracéu salpicado de horizontes
ligação entre espaços amplos, do portal aos jardins de paisagens
no teto, carrosséis, figuras geométricas
giracéu salpicado de horizontes
quarta-feira, 21 de março de 2007
"Varal de Poesia" - Casa das Rosas
Frederico Barbosa, Donizete Galvão, Glauco Mattoso, Ana Rüsche, Cláudio Daniel, Alice Ruiz, Donny Correia, Andréa Catropa, Sandra Ciccone Ginez, Carlos Savasini, Elisa Andrade Buzzo, Diniz A. Gonçalves Junior, ABittar, Del Candeias, Maria Augusta de Medeiros, Renan Nuernberger, Victor Del Franco, Rubens Augusto, Madalena Barranco, Wiliam Celestino.
Curadoria : Sandra Ciccone Ginez
terça-feira, 20 de março de 2007
Monte Serrat
a letra de Itororó inicia a escada
traça sua geografia cortando
a vila que lembra Noel insolação
na manhã atlântica avista a capela
e o cassino desativado entre vitrais
do salão panorama de mapas
e mirantes diluídos em 360 O
traça sua geografia cortando
a vila que lembra Noel insolação
na manhã atlântica avista a capela
e o cassino desativado entre vitrais
do salão panorama de mapas
e mirantes diluídos em 360 O
domingo, 18 de março de 2007
Oficina de Poesia
Livraria Praia dos Livros - Av . Bernardino de Campos 331 - Paraíso
informações : 3266-6971
informações : 3266-6971
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